domingo, 21 de outubro de 2018

Como contar para os seus filhos que você tem câncer de mama!


Antes de você contar para o seu filho que você tem câncer de mama, não se sinta culpada quanto a melhor maneira ou o momento ideal para tal conversa. Antes disso esteja confortável com estes conceitos e como eles irão sair da sua boca, pois antes de contar e lidar com a reação e as emoções do seu filho, você também precisa lidar com os seus sentimentos.



Para que nem a criança e nem a mãe fiquem em situações constrangedoras ou que gerem mais dúvidas, converse com seu filho expondo de acordo com sua idade e compreensão, informações simples e o mais verdadeiras possíveis. Crianças menores provavelmente ficarão satisfeitas com explicações pequenas que podem ser atualizadas à medida que o tratamento avançar, embora esteja preparada para repeti-las com frequência. As crianças mais velhas são aquelas que farão perguntas difíceis que devem ser respondidas com honestidade e cautela.

Para diminuir os medos, recomenda-se ser transparente com as crianças sobre as mudanças em suas rotinas, explicar quem cuidará delas enquanto a mãe não estiver bem, e ser aberto quanto aos sentimentos que a mãe passará durante o tratamento. Quanto mais a família for aberta para expor seus sentimentos e lidar com eles, mais a criança terá consciência disso e conseguirá lidar de maneira positiva neste período.

Alguns ajustes deverão ser acordados em família como, por exemplo, no período da mastectomia quando a mãe ficará impossibilidade de abraçar os filhos, de maneira que a criança entenda, respeite e não se sinta excluída ou com medo. Ao invés de abraços entre mãe e filho, trocas de carinho como, por exemplo, o "beijo de esquimó ou de borboleta" são um dos tipos de acordos que a família poderá fazer.

Mais um vez os livros são uma excelente ferramenta nesta fase, já que auxiliam não apenas as crianças, mas também para os pais que muitas vezes não sabem por onde começar o assunto. Indicado para crianças de 7 a 10 anos de idade, o livro da autora Ana Maria Mello “Cabelos vão, Cabelos vêm. O que é que a mamãe tem?”  foi lançado em 2015 e conta a história de uma menina de 5 anos que descobre que sua mãe está com câncer. A ficção é baseada na história de vida da autora e traz inúmeras reflexões importantes para as crianças e adultos como: a união da família, o suporte físico e emocional dos amigos e familiares e a doação de cabelos para a confecção de perucas para mulheres que perderam seus cabelos devido a quimioterapia.



O livro de Ana Carolina Leite Gifoni “Mamãe tem câncer” aborda com sensibilidade e de modo lúdico a história das famílias de Jano e Spero, dois meninos que se conhecem na escola desde o início da educação infantil e que têm em comum, além da amizade, o fato de que suas mães descobrem um câncer. O livro abroda temas como transformações e sintomas da doença e medo da perda e da morte, enfatizando a importância do amor, da amizade, da sinceridade, das palavras e do silêncio. As ilustrações ficam por conta de Klévisson Viana e a renda das vendas é destinada a instituições que tratam de forma beneficente o câncer, como Santa Casa de Misericórdia e Grupo de Educação e Estudos Oncológicos (GEEON).


O livro “Mamãe tá careca” lançado em 2014 pela autora Juliana Vermelho Martins, conta a história de Mônica, um a jovem mãe diagnosticada com câncer de mama, ainda no início da manifestação da doença. Este acontecimento abala família, principalmente os filhos pequenos. Para se proteger do medo da doença e da morte, o filho Leonardo, de 9 anos, cria um mundo fantasioso, no qual os heróis de seus brinquedos às vezes vencem a luta contra o mal, às vezes não. Após a cirurgia de remoção do nódulo, Mônica enfrenta o tratamento de quimioterapia. Cheia de incertezas, mas mantendo a esperança, encara com coragem esse doloroso momento de sua vida e ainda consegue forças para, de maneira sensível, ajudar os filhos pequenos a compreender a situação e a enfrentar o medo da morte.





Até a próxima,
Laura



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