segunda-feira, 24 de abril de 2017

Como falar sobre suicídio?

                          

Com toda a repercussão que as mídias sociais tem dado para o tema do suicídio e temas afins, nas últimas semanas, resolvi falar brevemente sobre o tema. O suicídio é uma grande questão de saúde pública em todos os países. Este é um fenômeno presente ao longo de toda a história da humanidade, em todas as culturas. É um comportamento com determinantes multifatoriais e resultado de uma complexa interação de fatores psicológicos e biológicos, inclusive genéticos, culturais e socioambientais.

Não sou crítica de séries muito menos uma profissional que já se deparou com este tema frequentemente no consultório. Sou uma pessoa comum que também tem seus pré-conceitos, que precisa estudar e entender este fenômeno para auxiliar os outros, e para conversar abertamente sem os ditos “achismos”.

Além de trazer o tema central do suicídio, a série '13 Reasons Why', aborda muito outros temas atuais e pertinentes aos jovens: bullying, cyberbullying, adolescência e seus desafios, aceitação, amigos, relacionamento com pais, rede social e muitos outros. 

Talvez este seja mais um daqueles temas que pais e filhos evitam conversar e até mesmo pensar. Mas com a repercussão das mídias sociais talvez isso não seja mais possível. Com certeza você, pai e/ou responsável, precisa filtrar toda a repercussão dada e se atentar para o fato em si e como isso tem repercutido em você e na sua família. 

Quando temas de tamanha importância ganham a atenção da mídia devemos ter cautela e nos atentar para o aspecto positivo. Falar sobre suicídio pode causar desconforto e outros tantos sentimentos, mas também nos leva a refletir e nos conscientizar sobre o fenômeno existente no universo dos adolescentes. 

O suicídio, assim como a morte, está atrelado a um estigma e tabu. Durante séculos de nossa história, por razões religiosas, morais e culturais o suicídio foi considerado um grande “pecado”, talvez o pior deles. Por esta razão, ainda temos medo e vergonha de falar abertamente sobre esse importante problema de saúde pública. 

Antes de querer opinar sobre este tema tão delicado e pertinente, se informe e reflita sobre a influência dele em sua vida e na sua família. Converse e tire suas dúvidas. De forma consciente, converse com sua família e filhos sobre o que eles acham, pensam e sentem sobre toda a repercussão e até mesmo sobre o tema. E lembre-se que nenhuma pessoa gosta de ouvir lição de moral e julgamentos. Isso só irá te afastar daqueles que você gosta.

Vou deixar o link da cartilha “Suicídio: informando para prevenir” da Associação Brasileira de Psiquiatria, Comissão de Estudos e Prevenção de Suicídio de 2014:


Até a próxima,
Laura

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