domingo, 24 de julho de 2016

Eu tenho um irmão deficiente...Vamos conversar sobre isto*?



Como já escrevi em um post, a relação entre os irmãos costuma ser as mais longas das nossas vidas, a partir destas as crianças aprendem a situar-se em relação a seus pares, a viver experiências de rivalidade, ciume, inveja; descobrir a cumplicidade, companheirismo e solidariedade.

E a relação entre irmãos, na qual um deles é deficiente? Você já pensou sobre isto? Existe diferenças na relação fraterna?


 A presença de uma criança deficiente  na família afeta não somente os pais como também os outros membros da família e, muito especialmente, os irmãos.

De mesma forma que os pais passam pelo choque com o diagnóstico, stress, luto pelas expectativas, sonhos e fantasias e com isso a aceitação e a nova realidade, o(s) irmão(s) também tem problemáticas a serem enfrentadas com a chegada de um irmão com deficiência.

Pode ser comum para este irmão vivenciar sentimentos contraditórios como, por exemplo, pena, raiva e não aceitação, sentimentos de preocupação, vergonha, entre outros. Ao longo dos anos, este irmão irá aceitá-lo como igual, habituar-se como sua deficiência, criar um vínculo de amor, apoio e segurança e refletir sobre seu futuro e o futuro do seu irmão. 

A maneira como os pais reagem diante da deficiência do filho, vai influenciar a maneira como o irmão irá encarar esta realidade. Para isso, os pais precisam compartilhar informações, esclarecer possíveis dúvidas sobre o diagnóstico e cuidados que o filho necessita. A família, como um todo, precisa estar unida para permitir-se viver o luto e não ter vergonha de tais sentimentos, para assim lidar com as novos desafios que virão. 

Como diz Stanislau Krynski, ninguém nasce irmão de uma pessoa deficiente, é preciso aprender a sê-lo. Para aceitar afetivamente este irmão é necessário compreendê-lo, aprender a conhecê-lo bem em suas virtudes e defeitos e saber trabalhar, afetiva e intelectualmente, essas relações. 

Até a próxima,
Laura

*FONTE: ARDORE, M; REGEN,M; HOFFMANN, V.M.B. Eu tenho um irmão deficiente...Vamos conversar sobre isto? APAE- SÃO PAULO. Edições Paulinas, São Paulo, 1998.

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