domingo, 14 de janeiro de 2018

Funções de pais x Funções de casal !



Talvez você não seja o único a pensar que separar o espaço do casal e o espaço dos pais é impossível. A dificuldade em discriminar e separar as funções de pai/mãe daquelas do casal é uma das causas de problemas familiares. 

Quando duas pessoas se unem e formam um casal, passam a compartilhar de alguns interesses em comum, alegrias e emoções concernentes só aos dois. Desta maneira, criam um espaço próprio que passa a se desenvolver e transformar constantemente.

Quando o primeiro filho chega, este espaço com funções e comportamentos bem definidos, passa a sofrer alterações. Assim o casal precisa ter habilidades para manter os papéis de casal, sem que as novas funções e comportamentos parentais atrapalhe o relacionamento do casal.

Algumas das novas funções que os ‘novos’ pais passam a exercer podem ser: nutrição, desde a alimentação até as outras necessidades, fornecendo  informações e aprendizagens; controle e orientação – saber o que o filho faz e onde está, ensiná-lo a e proteger-se nos momentos de sair do ninho; dar autonomia adequada à idade e competência, entre muitas outras.

Muitos casais, depois que têm filhos, passam a desempenhar só as funções parentais, esquecendo-se que ainda são um casal. Deixam de cuidar um do outro, de fazer programas somente seus, permitindo assim que o filho quebre os espaços ou impeça os momentos de intimidade. Muitas relações começam a se deteriorar nesse momento, mas poderiam, ao contrário, ser alimentadas e desenvolvidas com os dois se empenhando em preservar o namoro, a conversa, os programas próprios, os carinhos e cuidados.

Se homem e mulher deixam de exercer as funções de casal, eventualmente os dois, ou um deles deposita sua carência no filho: exige ou espera que ele lhe cuide, faça companhia, seja confidente, amigo e o parceiro das horas de lazer no lugar do cônjuge. Dessa forma, o casal se afasta cada vez mais.

Em situações similares a esta, não seria estranho ver o filho com comportamentos problemáticos sendo encaminhado a terapia. O que me convida a refletir se a terapia seria apenas para criança ou talvez um terapia de casal ou até mesmo familiar, não é mesmo?!

Casais que se esforçam para  aprendem a diferenciar este dois espaços, conseguem ter um convívio mais harmônico. Sabem que devem lidar com as dificuldades específicas de cada relação, para colher os frutos do aconchego e da intimidade do seu espaço conjugal. Ensinando ao filho que ele não é o responsável pela relação do casal e que quando for adulto terá seu próprio espaço de casal.

Até a próxima
Laura

FONTE: ROSSET, S. M. Pais e filhos: uma relação delicada. 3. ed. Curitiba: Editora Sol, 2007.

Nenhum comentário:

Postar um comentário