No post desta semana dou continuidade aos temas envolvendo a migração familiar. Se você ainda não viu nenhum dos post, sugiro dar uma olhada nestes daqui: Português como língua de herança e sobre a ‘Third Culture Kids'.
Se você, assim como eu, mudou de país ou até mesmo tem amigos e parentes que mudaram de país, seja por quais motivos forem, saiba que você não é o único. Desde a década de 80 cada vez mais homens, mulheres e famílias deixam seu país de origem. Entre os lugares mais procurados temos EUA, Canadá e Japão.
A perda vivida na migração é mais ampla que a da morte física, pois esta acumula várias perdas, tais como, parentes e amigos que permanecem no país de origem; língua natal; costumes e rituais, entre outros. Ao mesmo tempo essas perdas não são claras e completas, já que as pessoas se encontram vivas ainda que ausentes. Diferente de uma situação de morte física, a fantasia do retorno e do reencontro é possível e ainda há possibilidade de contato, mas não da convivência. O processo de mudança traz emoções contraditórias, tais como, tristeza e alegria, perdas e restituições, ausência e presença. São perdas incompletas e ambíguas.
Para driblar as perdas, cada membro e a família como um todo, passam por um processo de reorganização interna, que é facilitado quando os ganhos superam as perdas e as pessoas visualizam que estão “lucrando” com o processo de migração. A elaboração do luto migratório se caracteriza por um equilíbrio entre a assimilação do novo e a resinificação do que foi deixado para trás, processo complexo de elaboração, integração, e não isento de dor e sofrimento.
Até a próxima,
Laura
FONTE: BORBA, D. Individuação e Expatriação: Resiliência da Esposa Acompanhante. MESTRADO EM PSICOLOGIA CLÍNICA. SÃO PAULO. 2008. Dissertação
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