segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Como falar sobre diferenças raciais com as crianças!



Conversar com crianças e adolescentes é uma habilidade que pode ser melhorada com o tempo. Como já escrevi em alguns posts, alguns assuntos podem ser evitados pelos adultos já que eles passam a ter questionamentos sobre a melhor maneira, momento e idade para conversar sobre estes, podendo adiar as conversas.

Alguns dos assuntos mais comuns eu já escrevi no blog, como sexualidade, ciúmes, mentiras, adoção, deficiência, dinheiro, suicídio, drogas e Alzheimer. Convido você a dar uma olhada e se quiser, me mande uma mensagem, pois o seu questionamento pode ser também a dúvida de outro. 

Talvez para você e sua família falar sobre diferenças raciais possa ser simples e até mesmo comum, mas para outras famílias nem tanto. Mas como de fato abordar este temática com os pequenos? Com certeza a melhor maneira é tratar o tema com naturalidade e sem tabus. Falar sobre esse assunto com as crianças ajuda-as a desenvolver o respeito, a aceitação e conscientização a respeito da temática.

A maneira de falar com crianças de quatro anos é diferente da maneira de falar com crianças de oito anos, por exemplo, já que as palavras usadas e as explicações serão diferentes, mas cabe a você identificar a necessidade dessa conversa.

Uma boa alternativa é conversar sobre diferenças no geral, sejam elas raciais, culturais ou de religião. Claro que dessa maneira, a conversa pode se estender mais que o necessário, mas permite também que a criança saiba que as pessoas se diferem de diversas maneiras, sendo a racial uma dessas. 

Atualmente a representatividade social, racial ou até mesmo cultural é debatida em nosso dia a dia e nada mais justo que aproveitar esses momentos para conversar com as crianças. 

É importante lembrar que as crianças não nascem com alguns conceitos internalizados, como por exemplo, o preconceito. Sendo assim, precisamos identificar quando esse comportamento se manifesta e a melhor maneira de abordá-lo. Neste momento o adulto precisa tomar cuidado para não transmitir seus pré-conceitos as crianças. 

Um bom exemplo é quando uma criança faz um comentário sobre a outra, como por exemplo, sua cor de pele. Não fique bravo ou tente fazer a criança parar de falar. Em vez disso, pergunte o porque ele acha isso e procure entender o motivo. Trate com seriedade os comentários e os questionamentos da criança. 

Para facilitar e tornar natural essas conversas, indico alguns livros que abordam essa temática. (livros em inglês serão sugeridos no blog em inglês, clique aqui  e confira)



O livro Menina bonita do laço de fita, da autora Ana Maria Machado de 2005, conta a história de linda menina negra que desperta a admiração de um coelho branco, que deseja ter uma filha tão pretinha quanto ela. Cada vez que ele lhe pergunta qual o segredo de sua cor, ela inventa uma história. O coelho segue todos os "conselhos" da menina, mas continua branco



O menino marrom, escrito por Ziraldo em 1986,  trata do tema com a leveza e o humor que Ziraldo tem. Esta é a história de um menino marrom, mas fala também de um menino cor-de-rosa. São dois perguntadores inveterados e vão querer descobrir juntos os mistérios das cores. Serão muitas as perguntas e muitas serão as respostas.


O livro Minha mãe é negra sim, da autora Patrícia Santana de 2008, conta a história do menino Eno, que se vê às voltas com o racismo na escola e sofre com o dilema de ter que retratar sua mãe negra, em uma atividade escolar. O garoto Eno é levado a se perguntar pela sua origem. Negro, ele percebe o preconceito da professora que sugere que Eno pinte o desenho da mãe, negra, de amarelo por ser uma cor mais bonita. Mesmo triste Eno procura saber no dicionário uma explicação para o preconceito. 



O livro Cada um com seu jeito, cada jeito é de um, da autora Lucimar Rosa Dias de 2012, conta a história de Luanda, uma menina negra muito sapeca e vaidosa, que adora o seu cabelo crespo onde envolve todos da família nos diversos penteados que inventa para desfilar sempre linda na escola. A leitura promove o reconhecimento e a valorização das diferenças e das características pessoais que fazem de cada indivíduo um ser único e que deve se amar do jeitinho que é.

Até a próxima,
Laura

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