quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

“ Sinto muito,mas seus filhos não terão as neuroses dos vizinhos”...





“ Sinto muito,mas seus filhos não terão as neuroses dos vizinhos”...Desde que li esta frase, no livro de Rosset, “Pais e Filhos: uma relação delicada”, a psicologia sistêmica se tornou mais clara para mim. Ainda estou tentando descobrir o motivo, pois todo vez que leio tenho novas reflexões, mas uma reflexão não muda: a(s) responsabilidade(s) da convivência em família.


Família; psicologia sistêmica; sistema; o todo...parece simples, mas não é. Pensar sistemicamente significa que não há simplicidade na compreensão dos fatos, ou seja, definindo as causas teremos controle sobre as respostas. Significa que não há causa que desencadeia um fato, mas uma infinidade de causas que desencadeiam outras e outras e outras...

Sendo assim, devemos olhar sob todos os ângulos e situações o que está acontecendo e como isso está acontecendo.  O foco está no presente, levando em consideração quem está envolvido na situação, de que modo e quais os padrões relacionados que estão ocorrendo. O conteúdo deixa de ser o “ângulo principal”, passando também aos padrões de interação e funcionamento, não esquecendo dos demais ângulos, como, o momento e o contexto.

Conforme explica Rosset:

Ao olhar a família como um sistema, um todo, enxergo que cada um tem a sua participação e responsabilidade, que todos influenciam-se reciprocamente, independente da idade que tenham. [...] desta forma, desejo fornecer as famílias e aos indivíduos maior movimentação e possibilidade de reorganização.  P.14

Seria menos doloroso se nossos filhos tiverem as neuroses ou problemas dos outros, não?!? Muito pelo contrário!

Com certeza é mais fácil de lidar, gerando menos culpa, porém uma vez que vocês pais consigam enxergar seu padrão de funcionamento e como os filhos repetem-no, terão a “solução nas mãos”. E assim, nós psicólogos, em conjunto da família, tornaremos os ângulos mais claros e menos embaraçados, para que consigam lidar com as inseguranças, responsabilidades ( e não culpa ), emoções e emoções dos filhos.

Até a próxima,
Beijos


Fonte: 

ROSSET, S.M. Pais e Filhos: uma relação delicada. 4 ed. Minas Gerais: Artesã, 2014. 176p. 

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